domingo, 14 de abril de 2013

Neymar foi, é ou será?

O nome de Neymar, sob qualquer circunstância, transita cotidianamente no noticiário esportivo - e além - brasileiro.

O constante debate sobre o seu futuro, acompanhado de boatos cada vez mais frequentes de supostos acordos firmados com o Barcelona, influi decisivamente na observação mais apurada do craque e, consequentemente, em um olhar mais crítico.

As fracas atuações recentes no Santos, somadas à ausência de gols pela seleção em jogos contra países considerados grandes no futebol mundial, aos "buxixos" sobre sua vida pessoal e de garoto-propaganda de tudo quanto é marca, sem contar a importância desmedida que muitos dão ao seu penteado. Estes elementos jogam água no debate sobre o papel de Neymar no mundo do esporte bretão. Em que lugar ele se encontra?



Estamos tratando, primeiramente, de um garoto.

A história do Santos é recheada de garotos negros geniais. De onde veio Pelé, aos 15 anos de idade em sua estreia entre os profissionais, veio também Robinho, que aos 17 interrompia um jejum de títulos com oito pedaladas cinematográficas sobre Rogério, do Corinthians.

E veio Neymar, que aos 19 anos de idade recolocava o Santos no topo da América do Sul, igualando-se ao São Paulo em títulos continentais.

Quando colocava-se Neymar em grau de comparação à Messi, ao mesmo tempo que não se imaginava a carga pesadíssima apoiada sobre as costas de um garoto, ainda não se tinha o tal do confronto direto. Este aconteceu, e o resultado não foi nada animador para o atacante santista.



Portanto, conclui-se que ainda não é pra tanto.

Aposta-se uma Copa inteira em Neymar. Ele foi o escolhido para ser o craque da Copa em casa, onde acredita-se, por grande parte da torcida e da imprensa, que temos a obrigação de vencer.

Para começo de conversa, não temos obrigação de nada!

Dentro do campo, deve se esperar o melhor futebol possível. Se ganhar, ótimo! Se não ganhar, ao menos jogou-se alguma bola na seleção brasileira.

Esta hipótese foi soterrada pela entrada de Felipão no comando, com Parreira dando seu suporte.

Fora das quatro linhas, estavam nossas grandes obrigações. Uma Copa que garantisse ao povo melhores condições de vida era uma delas. Deixar nosso futebol em mãos melhores que as de Teixeira, Marin e seus "et ceteras", era outra.

Destas obrigações, não cumprimos - nem cumpriremos - absolutamente nada! A Copa no Brasil é uma enorme faca no pescoço do povo.



Os governantes e dirigentes dizem: "Quer Copa? Entregue sua casa!"

Assim, sem a menor cerimônia...

Mas voltando ao assunto Neymar, é preciso reconhecer: ele é um craque!

Não se pode ir tanto à terra, nem tanto ao mar.

Sua queda de rendimento é absolutamente comum, assim como atuações de gala também o são.

A insistência de uns em levá-lo para a Europa chega a ser incompreensível. Afinal, se queremos um futebol brasileiro mais forte, devemos levar nossos craques para a Europa? Nossos campeonatos devem ser apenas desfiles de semi-aposentados?

Nós merecemos mais! Merecemos ter Neymar jogando aqui, assim como merecíamos que Lucas tivesse ficado no São Paulo!

Infelizmente, estamos perdendo esta batalha.

Lucas já foi, e não demorará para Neymar ir também.

O contrato de Neymar com o Santos vai até a final da Copa, em 2014. Se o Santos conseguir a renovação que deseja - até 2016 - podemos vê-lo por mais tempo aqui. Caso contrário, o próprio Santos poderá conseguir um bom dinheiro se vendê-lo agora. É uma decisão importante que cabe aos dirigentes santistas.

A fila de clubes que querem Neymar é encabeçada pelo Barcelona. Não lhes parece, no mínimo, curioso que o melhor time do mundo, que possui o melhor jogador do mundo, queira contar com o futebol de Neymar?



Neymar tem lugar naquele time. E pode ser o diferencial tático que o Barcelona precisa para se reinventar.

Ontem, o craque santista marcou quatro gols no jogo contra a União Barbarense.

É facultado a tod@s se questionar: "Contra a União Barbarense?"

Sim, mas foram quatro gols! Não se faz tantos gols com frequência, exceção feita a Messi.

Além disto, foi interessante ver o posicionamento de Neymar. Pelo meio, enfiado entre os zagueiros, quase como um autêntico centroavante.

No Barcelona, tem tudo pra dar samba.

Nesta história toda, quem se aproxima mais do necessário, porém espinhoso, campo da sensatez é Carlos Alberto Torres.

Neymar não é o cara para 2014. Mas para 2018, tem tudo para ser!

Teremos toda esta paciência?


Valeu,


Bruno Porpetta

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Bruno Porpetta