domingo, 21 de abril de 2013

O Galo que pode morrer pela boca

O jogo de quarta-feira passada, entre São Paulo e Atlético-MG, valia tudo para o tricolor paulista e parecia não valer nada para o Galo.

O time mineiro já tinha assegurado, tanto sua classificação para as oitavas-de-final, quanto a melhor pontuação dentre todos, que dá direito a enfrentar o pior classificado.

Ao São Paulo, só existia uma possibilidade: ser o pior classificado.

Estava tudo em jogo para o tricolor! O cargo de Ney Franco, a enxaqueca de Juvenal Juvêncio, a "urgência" na aposentadoria de Rogério Ceni, o futuro de uma geração promissora, o arrependimento pela venda de Lucas e, por consequência, o alto preço pago por Ganso.



Quando o árbitro encerrou o primeiro tempo, o jogo estava empatado em 0 a 0 e, naquele momento, o São Paulo estava fora da Libertadores. Classificava-se ali o Arsenal de Sarandi (olha, até rimou!), que vencia o The Strongest, da Bolívia, por 1 a 0. 

Eis que o craque Ronaldinho Gaúcho, na saída para o intervalo, diz em entrevista que o Galo não tinha nada a perder, era necessário se divertir no segundo tempo e jogar como se aquilo fosse um treino para as oitavas.

O São Paulo, sem saber de nada disso, conseguiu tornar o improvável em concreto. Fez dois gols, classificou-se e jogou todo aquele papo do quarto parágrafo deste artigo pra longe. Talvez para mais adiante, mas isso não é importante no momento.

O que realmente importa é que, em uma Libertadores, quando você busca seu primeiro título, não se cutuca com vara curta uma onça que já tem três.

Não creio que a intenção de Ronaldinho era "subestimar" ou "desrespeitar" o São Paulo. Realmente, o Galo não precisava carregar a tensão que, necessariamente, o São Paulo carregava.



Mas que, para quem lê, vê ou ouve as declarações dele, não consegue dar outra conotação se não a de "aquilo não valia nada para o Atlético", isso também é verdade.

Quando se fala algo assim, sabedor (ou deveria saber) da situação, volta-se a campo e ganha-se o jogo. Ou seja, mate a cobra antes que ela saia do buraco.

Pois bem, não matou. E agora, diferentemente do último jogo, todos os jogadores do São Paulo já sabem das declarações de Ronaldinho. E da pior forma possível! Ainda no calor do jogo, na saída para os vestiários - classificados, às vésperas de enfrentar novamente o Atlético - e pela imprensa (que adora provocar este tipo de "fuxico").

Para quem assistiu à preleção de Rogério Ceni antes do jogo*, imagine nas oitavas! Depois de tudo isso!

Com o histórico recente do treinador do Galo - Cuca - em Libertadores, é para se preocupar.


Demais "prognósticos"


Comentar futebol é um eterno exercício de "vidência".

Claro que analisam-se circunstâncias, características, qualidades, problemas e chega-se a algum prognóstico de resultado. O que ninguém admite é que, em se tratando de futebol, esse monte de análises não chegam a determinar nada. Portanto, há um quê de chute também (pelo tema, nada mais coerente).

Então, vou dar alguns palpites sobre as oitavas-de-final da Libertadores, correndo todos os riscos, mas rezando para acertar o  máximo possível. Convenhamos, é divertidíssimo acertar resultados!



- Atlético-MG (BRA) X São Paulo (BRA): A entrevista de Ronaldinho tornou impossível cravar o favoritismo do Galo. Nesta hora, joga-se a primeira fase no lixo e as duas equipes entram em condições de igualdade. Em igualdade, a camisa leva vantagem. Dá São Paulo!



- Tijuana (MEX) X Palmeiras (BRA): O Palmeiras, pelo time que tem, além da dura tarefa de encarar a segundona este ano, já fez muito nesta Libertadores. Pode fazer mais? Até pode, mas não tem obrigação. Vai enfrentar um bom time mexicano (que eu insisto, é uma aberração a participação de mexicanos na Libertadores), em um gramado de pelada em soçaite, onde nenhum brasileiro consegue se adaptar (a não ser peladeiros). O Palmeiras tem mais camisa, mas muita desvantagem. O Tijuana é favorito!



- Corinthians (BRA) X Boca Juniors (ARG): O mesmo cenário do ano passado. Não é possível prever por quanto tempo o Boca será um time de médio para fraco, mas com Riquelme e uma camisa pesadíssima na América do Sul. Mas a situação é esta há algum tempo, e Riquelme fica um ano mais velho a cada ano (uma redundância estúpida, mas relevante). Ano passado não deu pro Boca, e este ano (a não ser que Riquelme e a camisa do Boca resolvam jogar muito) não será diferente. Dá Corinthians!



- Velez Sarsfield (ARG) X Newell's Old Boys (ARG): Os anos de 92 e 94 nos dão a noção de distância entre Newell's e Velez. Enquanto o primeiro, em 92, veio ao Morumbi entregar o primeiro troféu de campeão da Libertadores ao São Paulo, o segundo esteve no mesmo estádio, dois anos depois, roubando a coroa do tricolor que, na ocasião, lutava pelo tricampeonato. O Velez tem mais time, enquanto ao Newell's resta o consolo de ser o time de coração de Lionel Messi. Cravo no Velez!



- Independiente Santa Fé (COL) X Grêmio (BRA): O Grêmio tem muito mais time! Só que não consegue se acertar nem com reza brava. Passou sufoco para se classificar em um grupo teoricamente fácil, e já não tem muito mais tempo para, enfim, acertar o time. O time gaúcho leva, embora daquele jeito que só o Grêmio consegue levar as coisas. No sufoco, pra variar.



- Nacional (URU) X Real Garcilaso (PER): O bom time do Nacional enfrentará, na verdade, a cidade de Cuzco. Subirá 3400 metros de altitude para botar os bofes pra fora, mas elimina os peruanos. E de quebra visita uma linda cidade, cheia de história pra contar.



- Olimpia (PAR) X Tigre (ARG): O tradicional Olimpia enfrenta aquele bando de cagões do Tigre. Estes caras deviam ser banidos do futebol depois da patacoada que arrumaram no ano passado, em pleno Morumbi, na decisão da Copa Sul-americana. Mas já que estão aí, ao menos que sirvam para afirmar a boa campanha do Olimpia, que decide em casa, no temido Defensores del Chaco. Imaginem só o que o Tigre deve fazer desta vez!? Pipi na calça? Dá Olimpia!



- Fluminense (BRA) X Emelec (EQU): Este é um confronto daqueles que eu poderia apostar os pulsos, a bolsa escrotal, ou qualquer outra parte do meu corpo, em favor do Fluminense. A distância entre ambos é gigantesca! O problema é que o Fluminense adora me surpreender. Ainda assim, aposto no tricolor carioca (sem valer nada, ok?).

Se der tudo ao contrário, não digam que não avisei antes...


Valeu,

Bruno Porpetta



* Infelizmente, não foi possível compartilhar o vídeo da preleção de Ceni neste post. Por este motivo, deixo-lhes o link: http://www.youtube.com/watch?v=3MNvofyBCAw

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