terça-feira, 26 de março de 2013

A razão de Seedorf

Clarence Seedorf. Um craque! Antes de qualquer coisa...

Foi expulso, no domingo, pela segunda vez em sua carreira. A primeira havia sido pelo Milan, e as duas em circunstâncias semelhantes.

Aos 48 do segundo tempo, com o Botafogo vencendo o Madureira por 2 a 1 e se tornando o único grande do Rio a ter 100% de aproveitamento no Carioca, o craque Seedorf é chamado para sair do campo. Iria ser substituído, em uma daquelas que o treinador faz pra parar o jogo mesmo. Sem nenhuma vergonha, inclusive. É do jogo.



Estava do lado oposto ao do quarto árbitro (antigamente conhecido pela alcunha de Regra Três), e ao ver a placa indicando o número 10, partiu em direção à mesma.

De jeito quase indolente, diga-se de passagem.

Enquanto isto, o árbitro lhe orienta a sair pelo lado contrário à placa mesmo. Afinal de contas, o Madureira tinha longos 60 segundos para empatar, virar o jogo. Né não?

Pois bem. Ao se recusar a sair por onde o árbitro indicou, levou cartão amarelo.

Eis que  Seedorf diz ao árbitro: "Você tá de palhaçada! Vou sair por lá! Saio por onde eu quiser!". E é expulso!

Como se não bastasse um pênalti marcado, após Seedorf receber uma bola em posição de impedimento não apontado pelo assistente e passando a bola para Rafael Marques - que sofreu falta - e desmarcado, mais de um minuto e meio depois.

Assim como naquele Internacional x Palmeiras, no Beira-Rio, onde o gol de Barcos sofreu da síndrome de "Superman". Aquela que faz o mundo girar para trás e salvar Lois Lane, tragada pela terra.

O problema nos dois lances é a tal voz do além, que sopra nos ouvidos do árbitro a verdade sobre os lances. Há quem diga que a voz do além nasce ali no Jardim Botânico, e vem fazendo "plin-plin" até chegar aos estádios de futebol.

Não deve se creditar aos 27 anos do árbitro Philip Bennett a vontade de sobressair-se ao espetáculo. Ela é comum a toda a arbitragem brasileira, da qual o jovem não foge à regra.

Quando esta vontade de aparecer prevalece, acontecem estas bizarrices como a expulsão de Seedorf.

Do ponto de vista da regra do jogo, o árbitro não está errado. Se tudo ocorreu como o descrito na súmula, o árbitro estava certo em expulsar Seedorf. Mas devemos partir do pressuposto que a súmula é uma visão parcial dos fatos, embora seja a de quem manda. Isto faz uma diferença muito grande.

Ainda mais pitoresco é o fato da substituição ter sido alterada. Quem saiu foi Cidinho, para a entrada de André Bahia. Nem o árbitro, nem Seedorf perceberam a alteração. Embora o primeiro tenha esta obrigação.

De qualquer forma, a suposta insubordinação de Seedorf poderia ter levado um cartão amarelo. Jamais um vermelho.

O árbitro, simplesmente, expulsou o que há de mais bonito no campeonato. O futebol de Seedorf é um presente aos olhares de quem gosta de futebol.

Diante da posição da FFERJ (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro), que saiu em defesa do árbitro, mas suspendeu os assistentes, não haverá muito o que fazer.

Para que um árbitro pudesse aparecer, teremos o ocaso, por uma rodada, do melhor que o campeonato tem a oferecer.

Logo se percebe que dirigentes de futebol não gostam do mesmo.


Valeu,

Bruno Porpetta


P.S.: Você deve estar se perguntando: "Depois de dois amistosos medíocres da seleção brasileira, você fala do Seedorf?" Diante desta, eu lhes pergunto: merece?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário será moderado e pode não ser incluído nas seguintes hipóteses:

1 - Anônimo

2 - Ofensivo

3 - Homofóbico

4 - Machista

5 - Sexista

6 - Racista


Valeu,

Bruno Porpetta