quinta-feira, 14 de março de 2013

Habemus Genium

A fumaça branca da Capela Sistina anuncia: católicos de todo o mundo já podem encomendar as medalhinhas com o retrato de Jorge Mario Bergoglio, o novo chefe de Estado do Vaticano.

Sua missão é limpar a barra da Igreja diante de tantos escândalos. Sejam os mistérios do Banco do Vaticano, ou o enorme interesse de padres no mundo todo por crianças, que provavelmente deixariam Michael Jackson, no mínimo, curioso.



O convocado para tal tarefa foi colaborador da ditadura militar argentina, omitindo-se diante do sequestro de bebês, além de inúmeros assassinatos. Sua última peripécia foi uma campanha contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Ou seja, não mudou nada! E nem se imaginava o contrário...

De qualquer forma, o Vaticano faz história ao eleger um latino-americano pela primeira vez. Mais precisamente, um argentino.

O Conclave se encerra um dia depois de uma exibição de gala do Barcelona e, em especial, de Lionel Messi.



Aliás, ouso dizer que o Conclave se encerrou por causa desta exibição!

Diante do histórico, com um Barça não acostumado a precisar reverter tamanha adversidade, contra um adversário que fez "o jogo da vida" em San Siro e, mesmo com um time jovem e razoavelmente limitado, é "só" o Milan, que dificilmente perde confrontos na Liga dos Campeões com tal vantagem, era preciso se reinventar pelos lados da Catalunha.

Mas os gênios se reinventam. O tempo todo!

Messi, até então em início de contestação, questionado por uma dita falta de "apetite" para jogar futebol.

Os gênios do futebol são capazes de sobreviver por meses na selva. Sabem que caçar não é fácil, portanto economizam a própria fome para o momento certo. A caça perfeita!

Era a tal virada inédita contra o Milan, a hora da fome!

A fome de Messi contaminou o Barcelona, que fez uma de suas maiores exibições nos últimos anos. De certa forma, recriando o Barcelona de Guardiola, mas principalmente dando condições para que Messi fugisse da marcação pelo meio.

Um pouco mais aberto pela direita, caindo em cima de Constant (de qualidade bastante duvidosa), deixou-o perdido. O lateral não sabia se grudava no Messi, ou fechava as constantes subidas de Daniel Alves, e esta dúvida deu câimbra no cérebro do rossonero.

Além disso, possibilitou que Xavi e Iniesta encontrassem mais espaços. Mas tudo isso contou, fundamentalmente, com o golaço marcado por Messi logo aos quatro minutos de jogo.

E não estamos falando de um adversário que não tentou chegar ao gol! O Milan chutou mais a gol nos primeiros 45 minutos que o Barcelona no jogo de ida, colocou uma bola na trave, mas no minuto seguinte Messi marcava mais um. Ali, começavam a selar o caixão do Milan.

Dois vira, quatro acaba!

O placar que indicava disputa de pênaltis, foi desfeito por David Villa. Aí o Milan teve que ir pra cima, abrindo espaços para o Barcelona contra-atacar. E foi no derradeiro contra-ataque que Jordi Alba colocou a coroa de flores e faixa em homenagem ao defunto.

Diante de tal magnitude de Messi, nem o Conclave resistiu. Juntou o útil ao agradável.

Escolhe, mais uma vez, um Papa oriundo de uma região do mundo a que se quer subjugar ideologicamente (assim como o polonês João Paulo II, em plena Guerra Fria) e, de quebra, ganha camisas deste genial Lionel Messi.

Por isso, um argentino!



Isso, além de la mano de Dios...


Valeu,

Bruno Porpetta

  

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Bruno Porpetta