quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Brasileirão Pirata

Em breve, à venda na Uruguaiana, o piratão do Campeonato Brasileiro 2012.

Não! Não é uma versão para PS3!

É o próprio campeonato!



O Palmeiras conseguiu, junto ao STJD, que a CBF não considerasse os pontos conquistados pelo Inter no jogo de sábado, pela 33ª rodada do Brasileirão, até o julgamento do pleito palmeirense de anulação do jogo pelo pleno do Tribunal.

Olha a bagunça: o Palmeiras perdia por 2 a 1, quando Barcos, o Pirata, meteu a mão na bola e empatou o jogo.

Sim, ele empatou o jogo!

Existem três coisas fundamentais para o gol: a bola entrar, o bandeirinha correr pro meio e o juiz apontar o braço para o círculo central. Isto posto, é gol!

Fazem parte do jogo também os tais assistentes de linha, aqueles postes cegos atrás do gol que nunca vêem nada, além do quarto árbitro. O restante, está fora!

Pois bem, se o gol não foi anulado pelo árbitro, pelos bandeirinhas, pelos ceguetas ou pelo levantador de placas, é gol e acabou o assunto.

Aí veio a figura do delegado do jogo.

Aqui iremos tratá-lo como Seu Delega, porque sua participação nessa patacoada é tão pitoresca quanto o apelido.

Seu Delega é o representante da CBF no jogo, responsável por anotar cartões, substituições e, dentre outras ocorrências, também os gols. Não é papel do Seu Delega apitar o jogo, dar conselhos ao árbitro, tampouco ver televisão.

Resumindo: Seu Delega não apita nada, só anota. E a mando do árbitro, tido como supremo dentro do campo.

Por mais ridículo que seja o pleito palmeirense, ao tentar invalidar um jogo por um gol feito escandalosamente com a mão, a brecha jurídica para tal se verifica diante do despreparo do árbitro, e toda a camarilha que o assiste no campo.

Por que o Seu Delega também não mandou dar cartão amarelo ao Barcos?

Pra encerrar, não exijam de Barcos a santidade de Madre Teresa de Calcutá. Ao ver o gol confirmado, comemorou. Ao vê-lo anulado por fatores externos ao jogo, reclamou. Nada mais óbvio.

Não tão óbvio é, diante de tanto absurdo, o Barcos ainda pedir pênalti depois do jogo terminado.

Terminado mesmo?


Valeu,

Bruno Porpetta




quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Juiz f... da p...?

O árbitro é um personagem do jogo.

Ele é o único de todos os personagens que não presta desde a hora que nasce. Não à toa, a culpabilização de sua progenitora, por tamanha excrescência, é recorrente.



Desde o primeiro choro, o árbitro não tem razão. É uma vida inteira dedicado ao equívoco, à sacanagem, ao que há de pior em um campo de futebol.

Quer tarefa pior que invalidar um gol? Deixar o grito de gol entalado na garganta da torcida? Pois é, este é o papel do árbitro.

O árbitro é tão nefasto que ele vai bem quando ninguém o nota. Ou seja, sua "ausência" é uma bênção para o jogo.

Sua entrada em campo já é passível de vaias, ofensas (várias endereçadas à inocente mãe) e vários objetos despejados em sua cabeça. Tem árbitro que consegue se equivocar até naquela puxadinha na rede, antes da partida.

Brincadeiras à parte, esta é realmente a impressão que cada torcedor tem do árbitro. Além disto, seu time (seja ele qual for) é sempre o mais prejudicado pela arbitragem, ao mesmo tempo que os adversários - históricos ou diretos - são enfaticamente beneficiados. A tradicional roupa preta do árbitro servia, ao menos, para esconder a camisa do adversário por debaixo.

Pois bem, nem mesmo as roupas pretas resistiram ao avanço da lógica mercantil no futebol. O árbitro é um pavão. Colorido, chamativo, destacado naquele monte de rapazes ou moças em torno da bola. Chega a ser agressiva tamanha fluorescência.

Talvez aí resida o grande problema da arbitragem. Ela quer aparecer mais do que o jogo, que os jogadores.

Esta necessidade de "estrelar" o jogo faz com que o árbitro se perca naquilo que deve ser sua obrigação: sumir e deixar o jogo rolar para quem sabe jogar.

Os recentes comentários sobre uma possível interferência da arbitragem nos êxitos do Fluminense no Brasileirão, além de carecer de provas, tampam a visão para os efetivos problemas da nossa arbitragem. Os árbitros são ruins mesmo, e são os menos culpados por isso.

Pode-se presumir também a completa inocência da arbitragem? Não! Mas qualquer afirmação de má-fé soa a leviandade, se não precedidos, ao menos, de uma denúncia bem fundamentada.

Eles beneficiam e prejudicam os 20 clubes do campeonato. Uns mais, outros menos, mas todos! O fazem porque são mal preparados, devem retornar a seus postos de trabalho na segunda-feira, bater cartão em outra ocupação que lhe preencha o tempo enquanto a bola não rola.

Jogadores, comissões técnicas e até alguns torcedores são profissionais. Ganham para dedicar-se exclusivamente ao futebol. O árbitro é o único amador dentro de campo.

O comando da arbitragem no Brasil, geralmente entregue a quem pouco entende do riscado, sequer discute a possibilidade de profissionalizar a arbitragem. Diz que é caro demais.

Custa menos que uma Copa, pode ter certeza.

Enquanto isto não acontece, continuamos sujeitos aos olhos de um só homem, auxiliado por outros dois homens que, tal como os demais de sua espécie, estão sujeitos a erros. Devido à sucessão destes, podem enquadrar-se, de acordo com o ditado, na condição de burros.

Recursos eletrônicos? Nem pensar! Os velhinhos da International Board (órgão que define as regras do futebol no mundo) sequer sabem lidar com tablets, smartphones, facebook, twitter,... Imagina chip na bola, videotape,...? É muito moderninho pro gosto deles.

No fim das contas, acaba sendo mais fácil despejar nosso ódio cotidiano naquele que está mais exposto a ele. Os mais errados nesta história toda, estão em salas com ar-condicionado, carpetes e uma secretária na ante-sala repetindo exaustivamente que eles não se encontram.

Sobra pro juiz. Ou pior, pra mãe dele...


Valeu,

Bruno Porpetta

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

A prova dos nove

O Fluminense é o virtual campeão brasileiro em 2012!

Por mais óbvio que pareça tal afirmação, até porque o adjetivo "virtual" dá margem a qualquer coisa, e diante da situação na tabela, restando apenas oito rodadas para o fim do campeonato, esta semana pode colocar em negrito, itálico e sublinhado uma das duas palavras. Ou o adjetivo, ou o substantivo.

A tabela do tricolor carioca, por maior que seja a coincidência, inclui na mesma semana o Grêmio (terceiro colocado e último na lista de candidatos ao título), no Rio e, posteriormente, o Galo mineiro (vice-líder), no caldeirão do estádio Independência, em Belo Horizonte.

O aproveitamento do Fluminense, até este momento, é recorde na história dos pontos corridos. Ninguém, desde 2003, chegou aos incríveis 75,5% que o tricolor possui.

Para a manutenção destes índices, é preciso que, dos 18 pontos ainda em disputa, o tricolor das Laranjeiras perca, no máximo, quatro. Ou seja, o Fluminense tem direito a perder um jogo, vencendo os sete restantes, para estabelecer esta marca histórica ao final da competição. Possível, é!



Porém, esta semana é, na prática, a decisão do título.

Imaginemos a seguinte situação: o Grêmio, que tem um bom time e um bom trabalho de Vanderlei Luxemburgo, vence o Fluminense no Rio e o Galo derrota o Santos, na Vila. Na rodada seguinte, outro confronto direto - desta vez com o Galo, em BH - e outra derrota. Pronto, a diferença entre ambos será de apenas três pontos e, em sendo isso, tudo fica em aberto, restando seis rodadas.

Bom que se diga, acho muito pouco provável esta combinação de resultados que reverteria o quadro atual por completo.

Por dois motivos: primeiro, o Galo enfrenta o Santos no retorno de Neymar, e o aproveitamento do Santos com o craque é similar ao do Fluminense no geral; segundo, o Fluminense é o time mais auto-centrado e com elenco mais recheado de opções, e apesar do impossível não existir, uma sequência ruim como esta é improvável para um time que está acostumado a enfrentar as "pequenas decisões" do campeonato.

Portanto, esta semana é a prova dos nove para o tricolor.

Com nove pontos à frente do Atlético-MG, e com um camisa nove a cada dia mais inspirado, dificilmente o caneco terá outro destino que não a Rua Álvaro Chaves, no bairro de Laranjeiras, Rio de Janeiro.

Pela quarta vez na história, e a segunda em dois anos.

Será uma tendência?


Valeu,

Bruno Porpetta