quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Juiz f... da p...?

O árbitro é um personagem do jogo.

Ele é o único de todos os personagens que não presta desde a hora que nasce. Não à toa, a culpabilização de sua progenitora, por tamanha excrescência, é recorrente.



Desde o primeiro choro, o árbitro não tem razão. É uma vida inteira dedicado ao equívoco, à sacanagem, ao que há de pior em um campo de futebol.

Quer tarefa pior que invalidar um gol? Deixar o grito de gol entalado na garganta da torcida? Pois é, este é o papel do árbitro.

O árbitro é tão nefasto que ele vai bem quando ninguém o nota. Ou seja, sua "ausência" é uma bênção para o jogo.

Sua entrada em campo já é passível de vaias, ofensas (várias endereçadas à inocente mãe) e vários objetos despejados em sua cabeça. Tem árbitro que consegue se equivocar até naquela puxadinha na rede, antes da partida.

Brincadeiras à parte, esta é realmente a impressão que cada torcedor tem do árbitro. Além disto, seu time (seja ele qual for) é sempre o mais prejudicado pela arbitragem, ao mesmo tempo que os adversários - históricos ou diretos - são enfaticamente beneficiados. A tradicional roupa preta do árbitro servia, ao menos, para esconder a camisa do adversário por debaixo.

Pois bem, nem mesmo as roupas pretas resistiram ao avanço da lógica mercantil no futebol. O árbitro é um pavão. Colorido, chamativo, destacado naquele monte de rapazes ou moças em torno da bola. Chega a ser agressiva tamanha fluorescência.

Talvez aí resida o grande problema da arbitragem. Ela quer aparecer mais do que o jogo, que os jogadores.

Esta necessidade de "estrelar" o jogo faz com que o árbitro se perca naquilo que deve ser sua obrigação: sumir e deixar o jogo rolar para quem sabe jogar.

Os recentes comentários sobre uma possível interferência da arbitragem nos êxitos do Fluminense no Brasileirão, além de carecer de provas, tampam a visão para os efetivos problemas da nossa arbitragem. Os árbitros são ruins mesmo, e são os menos culpados por isso.

Pode-se presumir também a completa inocência da arbitragem? Não! Mas qualquer afirmação de má-fé soa a leviandade, se não precedidos, ao menos, de uma denúncia bem fundamentada.

Eles beneficiam e prejudicam os 20 clubes do campeonato. Uns mais, outros menos, mas todos! O fazem porque são mal preparados, devem retornar a seus postos de trabalho na segunda-feira, bater cartão em outra ocupação que lhe preencha o tempo enquanto a bola não rola.

Jogadores, comissões técnicas e até alguns torcedores são profissionais. Ganham para dedicar-se exclusivamente ao futebol. O árbitro é o único amador dentro de campo.

O comando da arbitragem no Brasil, geralmente entregue a quem pouco entende do riscado, sequer discute a possibilidade de profissionalizar a arbitragem. Diz que é caro demais.

Custa menos que uma Copa, pode ter certeza.

Enquanto isto não acontece, continuamos sujeitos aos olhos de um só homem, auxiliado por outros dois homens que, tal como os demais de sua espécie, estão sujeitos a erros. Devido à sucessão destes, podem enquadrar-se, de acordo com o ditado, na condição de burros.

Recursos eletrônicos? Nem pensar! Os velhinhos da International Board (órgão que define as regras do futebol no mundo) sequer sabem lidar com tablets, smartphones, facebook, twitter,... Imagina chip na bola, videotape,...? É muito moderninho pro gosto deles.

No fim das contas, acaba sendo mais fácil despejar nosso ódio cotidiano naquele que está mais exposto a ele. Os mais errados nesta história toda, estão em salas com ar-condicionado, carpetes e uma secretária na ante-sala repetindo exaustivamente que eles não se encontram.

Sobra pro juiz. Ou pior, pra mãe dele...


Valeu,

Bruno Porpetta

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Bruno Porpetta