No último domingo, Flamengo e Grêmio enfrentaram-se no Engenhão, pela 25 ª rodada do Campeonato Brasileiro.
O empate por 1 a 1 frustrou as pretensões do Grêmio em aproximar-se dos líderes, mostrou um Flamengo, ao menos, lutando pela permanência na primeira divisão, com um segundo tempo aguerrido, mas no fim também não foi um grande resultado para o rubro-negro.
Até aí, tudo normal.
O "destaque" da partida aconteceu antes mesmo dela começar. O dirigente gremista Paulo Pelaipe (ex-presidente e atual diretor executivo de futebol), ao ser impedido de entrar no gramado, alertado pelo segurança que a cota de dirigentes estava completa, foi acusado de insultos racistas contra o mesmo.
Ambos foram levados à sala do JECRIM (Juizado Especial Criminal) dentro do estádio e, de repente, as portas foram fechadas e a imprensa impedida de entrar.
Saíram de lá sem denúncia, sem crime, sem nada. Pelaipe assistiu normalmente ao jogo e sobre o segurança, nenhuma notícia a mais.
Não é de hoje que o Grêmio se envolve em casos de racismo. Da última vez, foi em um jogo contra o Cruzeiro pela Libertadores. Leia mais no link: http://www.vermelho.org.br/coluna.php?id_coluna_texto=2345&id_coluna=12&sms_ss=blogger&at_xt=4d587acf91540858%2C0
Na época, os dirigentes gremistas foram muito enfáticos na defesa de Máxi Lopez. O comportamento de Pelaipe no Engenhão deixa evidente o porquê.
Vocês podem até dizer: "Mas não houve denúncia! É leviano acusá-lo de racismo!"
Tudo bem, até porque é preciso garantir sempre o contraditório, além de presumir a inocência.
Ao mesmo tempo, conhecemos bem o perfil dos dirigentes de futebol no Brasil. Além de arrogantes, prepotentes, donos de si e do mundo todo, são, quase em sua totalidade, brancos.
Não é difícil pensar que onde há fumaça, há fogo.
Para que Pelaipe tenha sido detido naquele momento, sabe-se que ele não ofereceu flores ao segurança. O problema maior é o que não se sabe.
O que aconteceu dentro da sala do JECRIM, a portas fechadas, é a parte da história que não teremos acesso. Pode ter sido qualquer coisa.
Lamenta-se somente que, em flagrante caso de racismo, a vítima não tenha prosseguido com a denúncia. Pois haverão outros dirigentes, outros estádios, outros jogos, outros seguranças negros, e outros casos de racismo, na esperança de outros acordos a portas fechadas.
Para não pegar muito pesado, digamos que este caso foi deseducativo.
Valeu,
Bruno Porpetta
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Bruno Porpetta