quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Recapitulando

Dado o afastamento de férias, vou tentar dar uma resumida nos fatos mais importantes do período, confiando na minha memória e, em segunda ordem, nas lembranças do Pai Google de Oxalá.


Cabidão de times


Aproximadamente 0,01% da tabela completa da Copinha




Comecemos com a Copa São Paulo de Futebol Júnior, vencida pelo Corinthians, pela oitava vez.

A Copinha, como é carinhosamente chamada a competição, já foi um grande torneio, que cumpria o propósito de revelar aos montes jogadores para os times de cima. Hoje, é um torneio grande, com 96 participantes, um monte de times de empresas/empresários, ou ligados à prefeituras. Resumindo, uma vergonha patrocinada pela Federação Paulista de Futebol.

Ganhar é bom? É ótimo!

De repente, pode-se aproveitar um ou outro jogador no time de cima, mesmo com os times mais preocupados em montar equipes vencedoras, ao invés de revelar talentos.

Além disso, tem a sacanagem com os adversários. Esta sim, é impagável!

De qualquer forma, o Corinthians está de parabéns pela vitória. Esperamos apenas que lhe sirva de algo.

Afora tudo isso, a molecada foi obrigada a jogar em cada pasto, que dava até vergonha de chamar de gramado. Para não falar da arbitragem, que parece igualmente júnior.


A eterna crise no Flamengo


Inspirada no ídolo Edmundo Santos Silva: só falta ela ser presa





Outra questão que saltou aos olhos neste início de ano foi, inegavelmente, a eterna crise do Flamengo, que desembocou, a princípio, na demissão de Vanderlei Luxemburgo.

O velho Luxa já podia ter sido demitido no final do ano passado, visto que já havia perdido o comando sobre o grupo e, principalmente, o respeito da torcida. Mas o Flamengo consegue escrever errado por linhas retas.

No fim das contas, sobrou desrespeito a um profissional que, em tese, tocava um projeto respaldado pela própria diretoria. Usar a demissão certa do Luxa, com a subsequente contratação de Joel Santana, como forma de motivação do grupo, negando-a posteriormente, e confirmando-a mais posteriormente ainda, é das coisas mais ridículas que tenho memória de ter visto na vida. Se estiver enganado, por favor, ajude-me a lembrar.

Passemos para questões mais sérias.


Pinheirinho


A forma como o governo tucano trata a questão da moradia



A ação policial estapafúrdia e ilegal tocada pela PM de São Paulo na desocupação do Pinheirinho, é mostra do quanto o conservadorismo parece ter nos congelado no tempo.

Após o conflito de competências, entre a justiça estadual e federal, a primeira resolveu por si só, e por tudo que há de pior no país, acatar uma liminar (e só uma liminar), para enxotar quase oito mil pessoas de suas casas.

Tudo isso em nome de um especulador que deve os tubos à prefeitura, à sociedade e ao resto de decência que pode nos restar. Trata-se de Naji Nahas, cujo nome serve até para afastar mosquitos.

Além do desprezo pela vida humana, o governo de São Paulo demonstra também uma estupidez sem tamanho no controle de gastos públicos que tanto exige dos outros. Convenhamos, é muito menos custoso ao erário público desapropriar e indenizar o dono do terreno, alocando as pessoas por lá mesmo, onde há anos constroem suas vidas.

Mas aos tucanos, o gosto pelas negociatas fala muito mais alto. Preferem torrar nosso dinheiro para satisfazer à especulação imobiliária, garantindo assim seus polpudos financiamentos de campanha.


A tragédia da hora




Sim, haviam mais três prédios ali




O Rio de Janeiro já está se acostumando a tragédias anuais. Se não é a chuva, é o vento. Se não é o vento, é o sol. E quando não chove, não venta e o sol já se pôs, três prédios resolvem desmoronar em lugar praticamente ermo: a Cinelândia!

Ano a ano, os cariocas e fluminenses vão revelando seus mortos sob os escombros. Não importa qual é a causa da tragédia da hora, no fim das contas ninguém sabe ou viu qualquer responsável.

A chuva que fez o morro descer em Angra dos Reis, arrastando tudo que tinha por baixo, só serviu para demonstrar a solidariedade da população. Responsáveis? Nada consta.

A barbárie das chuvas na região serrana, que quase fez sumir do mapa três cidades, sem que, em um ano, quase nada fosse reconstruído. O ex-prefeito de Teresópolis é procurado, mas por associação ao jogo do bicho. De resto, nada consta.

No fim do ano passado, foi o restaurante que explodiu na Praça Tiradentes. A concessão de alvará de funcionamento, de responsabilidade da prefeitura, deveria ter observado a incapacidade de armazenamento de gás no local. Parece que alguém andou se esquecendo disso, mas não se fala mais nada. Culpados? Por enquanto, nada consta.

Agora, depois de inúmeras modificações feitas na estrutura do Edifício Liberdade, começou o jogo de empurra-empurra entre engenheiros, arquitetos, decoradores, cachorros, gatos, papagaios... Quem promoveu tamanha irresponsabilidade, que custou mais algumas vidas? Mais uma vez, nada consta.

A incrível semelhança entre todas estas, é a sensação de que, colocando-se uma samambaia no Palácio Guanabara, ou no Piranhão, o efeito é praticamente o mesmo.

Ao menos a samambaia não considera os bombeiros - presentes a todos estes acontecimentos - uns vândalos, ou vagabundos.


Bem distante daqui, o bicho pegou no Egito




O que sobrou de um jogo de futebol





Uma das maiores tragédias da história do futebol no mundo - com 74 mortos e mais de 400 feridos - o jogo entre Al-Wasry e Al-Ahly, em Porto Said, é mais uma marca profunda da trapalhada patrocinada pelos Estados Unidos, com a imposição de um governo militar para "acalmar" a revolta popular contra a ditadura de Hosny Mubarak.

Apesar da grande mídia tratar como uma guerra campal entre torcidas adversárias, o papel que a principal organizada do Al-Ahly teve na Primavera Árabe é determinante para compreender o ocorrido. O que aconteceu foi eminentemente político.

O clima no Egito é de tensão constante, a polícia do "finado" Mubarak não se impõe perante sequer os cachorros de rua e, como não podia deixar de ser, a atmosfera do futebol foi contaminada.

O que a grande mídia não diz é que, posteriormente, ambas as torcidas estavam juntas, manifestando-se contra a situação caótica instalada no país, e seus desdobramentos irão muito além do campo de jogo.

O presidente da FIFA, Joseph Blatter, após afirmar que não existe racismo no futebol, classificou o ocorrido como "um dia negro na história do futebol". E o silêncio, muitas vezes, pode ser considerado uma virtude.

Deve estar faltando muita coisa, mas acho que o essencial ocorrido no meu período de férias tá aí. Se você sentiu falta de algo, comente abaixo e damos aqui o nosso jeito de escrever a respeito.


Valeu,

Bruno Porpetta

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Bruno Porpetta