A arbitragem brasileira está sob protesto desde a rodada
passada do Brasileirão. Reivindicam que se revogue o veto da Presidenta Dilma
ao artigo do Profut que destinava 0,5% dos direitos de arena (grana paga pela
TV aos “atores” do espetáculo) para os árbitros e assistentes.
É legítimo que uma categoria se mobilize para reivindicar
aquilo que considera justo para si. Portanto, é bastante aceitável que
organizem ações coletivas para chamar a atenção para a questão.
Mas, supondo que uma moeda caiu entre nós, nos abaixamos e
cochichamos uns com os outros: eles merecem?
Não é de hoje que o debate acerca da profissionalização dos
árbitros e assistentes se tornou fundamental para melhorar a qualidade da
arbitragem no Brasil. Como um árbitro pode se preparar para as partidas tendo
que vender imóveis durante a semana?
Porém, nada disso mereceu até hoje atenção especial por
parte da arbitragem. Nunca antes na história desse país os árbitros moveram uma
palha pelo seu próprio direito de ter carteira assinada, férias, décimo
terceiro e, fundamentalmente, dedicação exclusiva ao ofício.
Dedicação que leva ao aprimoramento. Como os jogadores, que
treinam a semana toda para exibirem o melhor de si para a torcida. Se não
conseguem, são outros quinhentos.
Árbitro no Brasil passa a semana com a cabeça em outra
coisa, para chegar no domingo e marcar pênaltis inexistentes, não dar os
escandalosos, não ver impedimentos onde caberiam transatlânticos entre o
atacante e o penúltimo homem da defesa. Enfim, todo tipo de absurdo.
Lembram de pedir o direito de arena, mas se esquecem de
fazer uma autocrítica sobre o seu desempenho e reivindicar melhores condições
para melhorá-lo.
Hoje, não merecem nem cinco centavos.
Valeu,
Bruno Porpetta
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