quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Não é por vinte centavos

A arbitragem brasileira está sob protesto desde a rodada passada do Brasileirão. Reivindicam que se revogue o veto da Presidenta Dilma ao artigo do Profut que destinava 0,5% dos direitos de arena (grana paga pela TV aos “atores” do espetáculo) para os árbitros e assistentes.

É legítimo que uma categoria se mobilize para reivindicar aquilo que considera justo para si. Portanto, é bastante aceitável que organizem ações coletivas para chamar a atenção para a questão.



Mas, supondo que uma moeda caiu entre nós, nos abaixamos e cochichamos uns com os outros: eles merecem?

Não é de hoje que o debate acerca da profissionalização dos árbitros e assistentes se tornou fundamental para melhorar a qualidade da arbitragem no Brasil. Como um árbitro pode se preparar para as partidas tendo que vender imóveis durante a semana?

Porém, nada disso mereceu até hoje atenção especial por parte da arbitragem. Nunca antes na história desse país os árbitros moveram uma palha pelo seu próprio direito de ter carteira assinada, férias, décimo terceiro e, fundamentalmente, dedicação exclusiva ao ofício.

Dedicação que leva ao aprimoramento. Como os jogadores, que treinam a semana toda para exibirem o melhor de si para a torcida. Se não conseguem, são outros quinhentos.

Árbitro no Brasil passa a semana com a cabeça em outra coisa, para chegar no domingo e marcar pênaltis inexistentes, não dar os escandalosos, não ver impedimentos onde caberiam transatlânticos entre o atacante e o penúltimo homem da defesa. Enfim, todo tipo de absurdo.

Lembram de pedir o direito de arena, mas se esquecem de fazer uma autocrítica sobre o seu desempenho e reivindicar melhores condições para melhorá-lo.


Hoje, não merecem nem cinco centavos.


Valeu,

Bruno Porpetta

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário será moderado e pode não ser incluído nas seguintes hipóteses:

1 - Anônimo

2 - Ofensivo

3 - Homofóbico

4 - Machista

5 - Sexista

6 - Racista


Valeu,

Bruno Porpetta