O Brasil estreou na Copa América contra o Peru sob olhares atentos da
torcida brasileira, mas em especial a do Flamengo. Afinal de contas, é o
primeiro jogo de competição desde as vergonhosas sovas sofridas contra alemães
e holandeses. Do outro lado, a mais nova atração rubro-negra, Paolo Guerrero.
Não foi preciso um olhar de especialista para saber que a seleção
brasileira é Neymar e mais 10. Sem o craque, sabe-se lá o que será de nós. O
meio-campo brasileiro ainda lembra um deserto. A criação do time é força do
acaso. A bola tem que chegar em Neymar de qualquer jeito, caso contrário, nada
acontece.
Estamos mais organizados defensivamente e David Luiz, apesar de
continuar sendo uma peça de decoração, ao menos não se larga tresloucadamente
ao ataque. Se alguém diz que o grande mérito de um treinador é convencer a um
zagueiro a jogar como zagueiro é, no mínimo, preocupante.
Do Peru, propriamente, ninguém queria saber. Desde os Incas que o país
tem pouquíssima expressão no futebol. Deveria ser mais um saco de pancadas para
o Brasil. E que ninguém venha com aquele papo de "não tem mais bobo no
futebol".
Interessava, sim, ver Paolo Guerrero, o reforço do Flamengo para o
Brasileirão, que deixou evidente que, sem um meio-campo que se preze para lhe
servir, pouco vai fazer. É um excelente atacante, embora toda essa dinheirama
que ele acha que vale é um tanto exagerada. Não dá para imaginar que ele vá
resolver os problemas ofensivos do Flamengo.
No entanto, venderá camisas, pacotes de televisão, sócios-torcedores...
E gols?
Se pintar na área, ele guarda. Mas alguém tem que fazer pintar. O oásis
no deserto que não faz falta só ao Flamengo, mas ao futebol brasileiro.
Valeu,
Bruno Porpetta