segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Duas nações entre a dor e a festa

Tarde bonita e ensolarada em São Paulo. Em 1º de setembro de 2013, o Corinthians comemora seus 103 anos como sua torcida gostaria: em campo, no Pacaembu, contra um grande adversário.

Dias antes, a camisa do Flamengo deu o ar da graça no Maracanã. Com vitória considerada heroica, dada a distância entre os times atuais, o rubro-negro despachou o Cruzeiro (atual líder do Brasileirão) da Copa do Brasil.

Seriam colocadas em teste as motivações de ambos para o jogo. O aniversário pesou mais.



E não só o do Corinthians, mas também o de Alexandre Pato, que no dia seguinte completa 24 anos de idade.

O jogo ficou um bom tempo truncado. A bola dificilmente saía do perímetro do meio-campo. Ninguém criava uma chance mais aguda de gol.

Justamente quando o Flamengo ensaiou ficar mais com a bola, o Corinthians inverte seus meia-atacantes, passando Pato para a direita e Romarinho para a esquerda, e é por este lado que sai a tabela com Douglas, após escorada de cabeça de Guerrero, e o cruzamento para Pato só cumprimentar e correr pro abraço.

O Flamengo até criou uma chance na sequência, com Elias adiantando demais a bola e batendo em cima do goleiro Cássio. Na sobra, a bola cai no pé do apagadíssimo Carlos Eduardo, que dá com a joanete na orelha da bola, fazendo esta se mover em círculos pelo ar como uma pena e ser afastada pela zaga.



Pena. Talvez esta palavra descreva o que deu do Flamengo na sequência.

Após bola perdida pelo ineficaz André Santos, caindo no pé de Douglas que movimentou apenas os músculos do pescoço para olhar e os da perna para enfiar um passe precioso nas costas da defesa do Flamengo. Este chegou a Pato que, diante de Felipe, tirou para o lado, olhou para o meio, viu a zaga fechando o espaço para o passe e deu direto no gol vazio.

Aí a comemoração foi uma máscara esquisita que aguçou a curiosidade da imprensa. Sinceramente, o jogo que ele fez merece muito mais nota do que a tal da máscara. Mas sabe como é, né? Cada coisa que a imprensa gosta de falar...

No fim das contas, o Corinthians não fez muito mais do que isso no primeiro tempo. De qualquer forma, não era necessário.

Ao Flamengo, falta um cara como Douglas. Um meia, daqueles que fazem a Terra parar de girar por um instante quando estão com a bola no pé. Sem isso, o Flamengo é um mero trocador de passes que necessita de Elias nas suas melhores condições físicas para chegar ao gol, o que não aconteceu hoje.

Quanto ao Corinthians, mostra porque é um dos favoritos ao título. Sobram opções no campo, no banco e, por que não dizer, na torcida.

Hoje, foram mais de 39 mil empurrando o time para cima do Flamengo. E mesmo que o time tenha dado uma espreguiçada natural com os 2 x 0 no placar, isto não durou muito.

Sem forçar muito, o Corinthians encontrou o terceiro gol em bola mal rebatida por Chicão, que volta para Pato chutar, Chicão cortar de novo e a bola sobrar para Romarinho colocá-la lá dentro, com Felipe já caído.

Como se não bastasse, ainda entrou o Sheik fazendo um salseiro pra cima do João Paulo, que passou-lhe a perna e fez pênalti. Bem cobrado por Guerrero, onde Felipe sequer saiu na foto.

Resumidamente, sem ser exatamente brilhante, o Corinthians sobrou em campo. Tite conhece seu elenco e fez a mudança certa no primeiro tempo que determinou um nó na cabeça da defesa do Flamengo. Bastou!

No clássico das multidões, dos 70 milhões em campo, os 30 alvinegros estão em festa. Já os 40 rubro-negros saem com uma baita dor de cabeça, com os ânimos adquiridos na quarta-feira já devidamente esfriados com um balde d'água e sentindo a zona da degola um pouco mais próxima.

Ficou evidente a diferença entre ambos.


Valeu,

Bruno Porpetta

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Bruno Porpetta