quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Voa canarinho, voa...

A saída de Vitinho, do Botafogo para o CSKA da Rússia, é o símbolo do retorno aos tempos de janela escancarada de transferências para a Europa, ceifando os melhores talentos brasileiros no meio do campeonato. Ou sequer no meio.



Reflexo da nossa crise econômica? Sim, mas não só isso.

Até porque o governo sinaliza com um vergonhoso perdão de dívidas dos clubes, que se multiplicarão por 10 nas próximas décadas. Com isso, o governo dá sinal verde para que estes se endividem novamente em progressão geométrica, mesmo com as inócuas promessas de atrelamento do perdão a condicionantes que, na hora do vamos ver, serão relevadas. Alguém duvida disso?

Clubes como o Botafogo encontram-se com meio metro de língua para fora da boca quando se fala em dinheiro. Repare bem, eu disse clubes! O Botafogo é hoje o caso mais triste de uma realidade que atinge vários em todo o país.

Esta sangria desatada faz com que os nossos jovens valores desejem sair. Afinal de contas, eles podem assinar contratos excelentes com os clubes brasileiros, mas não possuem nenhuma garantia de que estes contratos não se tornem apenas peças processuais em cobranças posteriores por salários não pagos.

Os próprios clubes sabem (e ainda bem que agora tomaram consciência disso) que não podem pagar pra segurá-los. Portanto, a única saída é se desfazer dos jogadores.

Não são vendas, afinal de contas os valores recebidos são penhorados em cobranças judiciais oriundas dos tempos em que os clubes não tinham preocupação alguma com a capacidade de pagamento de altos salários.

Ao menos, fica o alívio na folha de pagamento.

Mas e os torcedores? Como ficam?

Como sempre ficaram. A ver, ao invés de navios, aviões lotados de jogadores brasileiros cruzando o oceano rumo aos centros ricos do mundo da bola. E do mundo real também.

Nossa ilusão de sexta economia do mundo não pode pagar pra mantê-los aqui. E assim, na conta do chá, se decidem os campeonatos.


Valeu,

Bruno Porpetta

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Bruno Porpetta