quarta-feira, 20 de novembro de 2013

A Praça da Alegria

Eu era criança e conheci um programa de humor, no SBT, chamado A Praça é Nossa, cuja trilha sonora era "A mesma praça, o mesmo banco, as mesmas flores e o mesmo jardim...".



O programa foi se deteriorando com o tempo, até se tornar o mais ignóbil humorístico do Brasil. Embora tenha sido uma escola neste sentido.

Era uma alusão a um dos grandes sucessos da TV nos anos 60/70, chamada A Praça da Alegria, apresentada por Manoel da Nóbrega, um dos ícones do humor à época.

Quando eu vejo um jogo entre Brasil e Chile, me vem à cabeça esta música.

É sempre a mesma coisa. O Chile sempre com bons atacantes e uma zaga estrondosamente ruim. O Chile sempre querendo jogar de igual para igual com o Brasil. O Chile sempre levando um sapeca-iaiá.

O que vimos ontem foi mais do mesmo. Se o Chile hoje não se expõe como antes é porque o treinador Sampaoli reconhece que as melhores qualidades do seu time não estão entre os zagueiros.

Foi assim, num erro de passe do nosso conhecido González (titular no Chile, reserva no Flamengo), que o Brasil abriu o placar. Bola no pé de Oscar, para o pé de Hulk, para a rede.



O Brasil chegou até a criar um clima de goleada, até que Sampaoli lançou Valdívia em campo. A partir daí o Chile passou a ter mais a bola no campo de ataque. Chegou a cravar 65% de posse de bola no primeiro tempo.

Mas ter a bola e não saber exatamente o que fazer com ela é um crime que ninguém pode cometer diante do Brasil.

No segundo tempo, o Chile achou o empate numa bobeira da defesa brasileira. Thiago Silva subiu mal, a bola sobrou para Vargas que bateu num micro-espaço possível entre a nádega de David Luiz e a trave direita de Júlio César, a quem só restou olhar a bola morrer dentro do gol.

Mas o Brasil contou com a boa atuação de Robinho, que entrou no segundo tempo e dá pinta de que não vai sair da relação de Felipão para a Copa. Depois de um gol anulado do "pedalada", ele fez outro, em linda jogada tramada pelo Brasil.



Neymar carrega a bola para trás e, tal como Jesus Cristo, opera o milagre do aparecimento do espaço que não havia. Rola para Maicon (outro com bela atuação) que cruza na medida para Robinho fazer de cabeça.

Depois, o Brasil limitou-se a produzir lances para o Youtube.

Neymar deu dois chapéus no goleiro chileno, mas não fez o gol. Robinho deu mais um chapéu no zagueiro e iria fazer um gol antológico, mas a bola saiu à esquerda do gol.

Ou seja, em graus diferentes, este confronto entre Brasil e Chile foi a mesma coisa de sempre. Vitória do Brasil, freguesia chilena.

No mesmo dia, aliás

França e Portugal estão na Copa.

Do lado francês, só a Marselhesa já deixou meio caminho andado para a França fazer 3 a 0 na Ucrânia e conseguir o que, até o hino nacional francês, era improvável.

Já para Portugal, o genial Cristiano Ronaldo tirou uma onda monumental em Mälmo, na Suécia. A ponto de ser aplaudido por Ibrahimovic, que mostrou ser um gentleman esportivo.

Teremos todos os campeões mundiais numa mesma Copa pela primeira vez na história. E teremos Cristiano Ronaldo. Só vai faltar o Ibra mesmo.

Mas essa Copa promete.


Valeu,

Bruno Porpetta

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Bruno Porpetta