Há um clamor, principalmente por meio da imprensa esportiva, para que Tite seja o novo treinador da seleção. É evidente que, de todos os treinadores brasileiros, ele é o mais atualizado, o mais competente.
Particularmente, concordo. Acho que ele deve ser o novo treinador da seleção, desde que a corja que habita e se alimenta na CBF caia. Não recomendo a nenhum treinador sério trabalhar pra esses caras.
Joguei uma isca no Facebook. Postei uma matéria sobre o treinador campeão brasileiro, convocando-o para a seleção brasileira.
A reação dos corinthianos foi absolutamente justa, compreensível e legítima. Todos negaram com veemência qualquer possibilidade dele sair do Corinthians para ir à seleção brasileira.
No lugar deles, talvez fizesse o mesmo. Aliás, qualquer um que estivesse no lugar deles, faria o mesmo.
Sabe por quê?
Porque somos nosso clube. Não somos seleção.
Essa identidade, cada vez mais, forçada do povo brasileiro com a seleção brasileira, nada mais é do que a rede do investimento atirada no lago do retorno financeiro.
A Globo, que detém exclusividade sobre tudo o que diz respeito à seleção brasileira, tenta forjar em nós uma paixão pela seleção que, por si só, não existe.
A seleção só nos encanta quando joga de acordo com as melhores tradições do nosso futebol. De forma vistosa, bonita, cheia de jogadores com talento.
Com a seleção capengando, o nosso interesse pela mesma cai sistematicamente. Diante do que, hoje, nossos jogadores e treinadores, quando convocados, são mais um estorvo à caminhada dos nossos clubes do que qualquer outra coisa.
Para ver jogo feio, melhor ver nosso campeonato. Onde reside a nossa paixão: o nosso clube, que é nossa nação, muito mais do que o nosso país.
Para aferir isto, basta se fazer a seguinte pergunta: se a seleção brasileira e seu clube se enfrentarem, para quem você torce?
Valeu,
Bruno Porpetta
sexta-feira, 20 de novembro de 2015
quinta-feira, 19 de novembro de 2015
Pretensão
O ano acabou para a seleção brasileira. Os próximos jogos do
escrete canarinho são em março do ano que vem.
Pode parecer pretensioso, mas é o momento de um balanço. Até
porque o que mais se ouve por aí são boatos de uma possível queda de Dunga.
Encerramos o ano vencendo o Peru, pelo placar expressivo de
3 a 0. Descobrimos ali que é possível contar com Willian para algo mais que ser
um “parça” do Neymar. Que Douglas Costa é um jogador que faz a diferença. Que o
meio-campo do Corinthians é um exemplo a ser seguido.
O Brasil foi melhor no segundo tempo porque seu meio-campo,
formado por metade do meio-campo do Corinthians, passou a jogar como joga no
clube. Renato Augusto não é segundo volante, apesar de quebrar o galho. Deve
jogar mais solto, como jogou no segundo tempo, revezando com Elias.
Ou seja, Dunga apelou para a “titebilidade” do meio-campo
corinthiano para sair do sufoco que o Peru conseguiu dar na defesa brasileira
em alguns momentos do primeiro tempo.
O jornalista Juca Kfouri, em um programa de TV, colocou uma
questão interessante a respeito do cargo de Dunga. O treinador dependia muito
pouco do resultado contra o Peru, seu cargo está vinculado a Del Nero. Se o
Marco Polo que não viaja cair, Dunga cai junto.
É bastante razoável esta teoria. Quem presidir a CBF depois
de Del Nero, vai querer “mostrar serviço” e jogar para a galera. Dunga não tem
esse prestígio todo com o povo brasileiro, então roda.
Independente de qual a razão, tomara que caia.
É enorme a diferença tática entre Dunga e boa parte dos
treinadores de outras seleções. Ganhamos dos dois últimos colocados, jogando em
casa, e tivemos algum trabalho para vencer.
Nos testes reais, perdemos para o Chile sem ver a bola e empatamos
com uma Argentina bem desfalcada.
Na real e na moral, é isso.
Valeu,
Bruno Porpetta
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